Os 'brasis' de Ozires Silva e FHC
Caros geonautas,
A história de Ozires Silva - fundador da Embraer, e a
história de FHC - o príncipe dos intelectuais da “elite marginal”, são
histórias de dois brasis.
No vídeo abaixo, fiz a transcrição de parte das palavras de
Ozires Silva, esse cidadão brasileira da linhagem de uma elite rara, que pouco
se fala, de tão rara, porque pouco há, da raiz de um Brasil nacionalista que
nasceu – e ainda não vingou - com Euclides da Cunha no fim do século XIX.
Ozires Silva diz a certa altura:
(...) “De modo que eu diria para vocês, meus amigos, nós temos respostas para
desenvolvimento, ...., pensem grande, quer dizer, não fiquem como cidadão de
segunda classe, achando que o hemisfério norte vai resolver os problemas que
nós precisamos, isso quer dizer, se nós tivermos problemas para resolver, nós
podemos encontrar solução e abrir oportunidades, ....
No meu texto, de 07-10-12, que virou post (Não somos
ocidentais de segunda classe), FHC disse na palestra de Dominique
Moïsi, “somos ocidentais de
segunda classe”, na qual
eu não me aguentei, e soltei os cachorros, confira o post.
Confesso que venho a tempo numa perspectiva não muito
otimista para as próximas décadas, do ponto de vista de o Brasil se tornar uma
nação soberana como nação e na geopolítica, que é diferente da perspectiva
econômica, como o texto: O “Brasil Nação” hoje e a Alemanha de Friedrich List em
1841 (04-04-13), mas quando
uma fala como essa, desse brasileira exemplar, Ozires Silva aumentam minhas esperanças,
esperanças do verbo esperançar e não do verbo esperar.
Creio que em algum momento de nossa história nas próximas
décadas, esses dois brasis, essa nação
vai ter que enfrentar seu passado estamental, entre a “elite marginal” – dia-bólica
(aquilo que separa) e a “elite rara” – do sim-bólico (aquilo que une), que
simboliza o espírito do povo brasileiro, desde Machado de Assis, passando por
inúmeros personagens de nossa literatura na primeira metade do século XX, reunidos
no romance de Fernando Sabino, “Encontro Marcado” (1956), mas fato esse que
ainda não aconteceu, a nação ainda não encontrou seu caminho, como diria Patativa
do Assaré, entre o Brasil de cima e o Brasil de baixo, para construir um futuro
diferente de seu passado. Como disse Paulo Francis no século passado, "as universidades pensam mal no Brasil"
Como
muitos, tenho um pé atrás, não acredito muito que verei, e adoraria estar
errado, mas quem viver verá!
Sds,
Trecho da fala entre 25:55
aos 30:30 min:
(...) “De modo que eu
diria para vocês, meus amigos, nós temos respostas para desenvolvimento, ....,
pensem grande, quer dizer, não fiquem como cidadão de segunda classe, achando
que o hemisfério norte vai resolver os problemas que nós precisamos, isso quer
dizer, se nós tivermos problemas para resolver, nós podemos encontrar solução e
abrir oportunidades, ....
E nós temos que
acreditar que isso pode acontecer, trabalhar, nos graduarmos, irmos para a
escola, educação continuada, fazer tudo que for necessário, para que
competência necessária, possamos enfrentar a competência mundial, que não é
pequena. E todos nós podemos nutrir sonhos, eu imagino fabricar um negócio
dessa natureza e achar que outros podem fazer, não, temos que assumir
efetivamente a resposta disso, e ser ousado o suficiente no sentido de caminhar,
é claro que se a gente tiver uma cooperação da sociedade do governo, coisas
dessa natureza, as coisas ficam bastante mais simples. E temos que aproveitar
as oportunidades, o temo inteiro ficar martelando, aprendendo, pensando,
criando, empreendendo, realizando, não estou falando que os empreendedores são os
que fazem só os grandes empreendimentos, multinacional como foi o nosso caso na
EMBRAER, mas empreendendo o próprio negócio, criar valor para o trabalho que
nós fazemos, dentro da própria empresa, e aonde nós estivermos trabalhando
sermos sempre um contribuinte para a inovação, para coisas novas que
efetivamente possa ajudar a gente vencer. Temos que vencer essa falha de
confiança, o brasileiro não tem muita confiança em si, eu diria, tenham
confiança porque o processo de confiança, de criação básica, de que cada
empregado nosso, era melhor que empregado da BOING, era difícil enfiar isso nas
cabeças das pessoas, hoje se vocês encontrar um colaborador da EMBRAER em
qualquer lugar, vai ver o sujeito orgulhoso, um sujeito que sabe o quanto ele
vale. E isso não é presunção,..., é algo que é muito bom para que possa crescer.
E a cultura de sucesso.
Nós vemos a nossa mídia só crítica, um jornal brasileiro que se enrolar, pode até
pingar sangue, ou coisa dessa natureza, mas não entre nisso, quer dizer, vamos
fazer uma cultura de sucesso, se um amigo nosso consegue alguma coisa que funciona,
palmas para ele. A contaminação do sucesso cria uma aura positiva, que pode
criar diferenças bastante grande, e cada um de nós pode ser um empreendedor como
um centro gerador de riquezas. Isso é
possível, e nós podemos,...., nós temos que ser determinado, lutarmos, mantendo
a coragem para inovar e prosperar, eu diria que o Brasil tem esperado demais.
Num futuro próximo, eu acho que nós poderíamos mudar esse país, por essa
mudança de atitude.”
“Aqueles que não pararam, avançaram tanto que jamais poderão
ser alcançados”
Frase de uma loja em Bauru, que acompanha Ozires Silva,
desde quando era jovem
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