quarta-feira, 24 de abril de 2013



Os 'brasis' de Ozires Silva e FHC

Caros geonautas,
A história de Ozires Silva - fundador da Embraer, e a história de FHC - o príncipe dos intelectuais da “elite marginal”, são histórias de dois brasis.
No vídeo abaixo, fiz a transcrição de parte das palavras de Ozires Silva, esse cidadão brasileira da linhagem de uma elite rara, que pouco se fala, de tão rara, porque pouco há, da raiz de um Brasil nacionalista que nasceu – e ainda não vingou - com Euclides da Cunha no fim do século XIX.
Ozires Silva diz a certa altura:
(...) “De modo que eu diria para vocês, meus amigos, nós temos respostas para desenvolvimento, ...., pensem grande, quer dizer, não fiquem como cidadão de segunda classe, achando que o hemisfério norte vai resolver os problemas que nós precisamos, isso quer dizer, se nós tivermos problemas para resolver, nós podemos encontrar solução e abrir oportunidades, ....
No meu texto, de 07-10-12, que virou post (Não somos ocidentais de segunda classe), FHC disse na palestra de Dominique Moïsi,  somos ocidentais de segunda classe”, na qual eu não me aguentei, e soltei os cachorros, confira o post.
Confesso que venho a tempo numa perspectiva não muito otimista para as próximas décadas, do ponto de vista de o Brasil se tornar uma nação soberana como nação e na geopolítica, que é diferente da perspectiva econômica, como o texto:  O “Brasil Nação” hoje e a Alemanha de Friedrich List em 1841 (04-04-13), mas quando uma fala como essa, desse brasileira exemplar,  Ozires Silva aumentam minhas esperanças, esperanças do verbo esperançar e não do verbo esperar.  
Creio que em algum momento de nossa história nas próximas décadas, esses dois brasis, essa nação vai ter que enfrentar seu passado estamental, entre a “elite marginal” – dia-bólica (aquilo que separa) e a “elite rara” – do sim-bólico (aquilo que une), que simboliza o espírito do povo brasileiro, desde Machado de Assis, passando por inúmeros personagens de nossa literatura na primeira metade do século XX, reunidos no romance de Fernando Sabino, “Encontro Marcado” (1956), mas fato esse que ainda não aconteceu, a nação ainda não encontrou seu caminho, como diria Patativa do Assaré, entre o Brasil de cima e o Brasil de baixo, para construir um futuro diferente de seu passado. Como disse Paulo Francis no século passado, "as universidades pensam mal no Brasil"
Como muitos, tenho um pé atrás, não acredito muito que verei, e adoraria estar errado, mas quem viver verá!
Sds,

Trecho da fala entre 25:55 aos 30:30 min:
(...) “De modo que eu diria para vocês, meus amigos, nós temos respostas para desenvolvimento, ...., pensem grande, quer dizer, não fiquem como cidadão de segunda classe, achando que o hemisfério norte vai resolver os problemas que nós precisamos, isso quer dizer, se nós tivermos problemas para resolver, nós podemos encontrar solução e abrir oportunidades, ....
E nós temos que acreditar que isso pode acontecer, trabalhar, nos graduarmos, irmos para a escola, educação continuada, fazer tudo que for necessário, para que competência necessária, possamos enfrentar a competência mundial, que não é pequena. E todos nós podemos nutrir sonhos, eu imagino fabricar um negócio dessa natureza e achar que outros podem fazer, não, temos que assumir efetivamente a resposta disso, e ser ousado o suficiente no sentido de caminhar, é claro que se a gente tiver uma cooperação da sociedade do governo, coisas dessa natureza, as coisas ficam bastante mais simples. E temos que aproveitar as oportunidades, o temo inteiro ficar martelando, aprendendo, pensando, criando, empreendendo, realizando, não estou falando que os empreendedores são os que fazem só os grandes empreendimentos, multinacional como foi o nosso caso na EMBRAER, mas empreendendo o próprio negócio, criar valor para o trabalho que nós fazemos, dentro da própria empresa, e aonde nós estivermos trabalhando sermos sempre um contribuinte para a inovação, para coisas novas que efetivamente possa ajudar a gente vencer. Temos que vencer essa falha de confiança, o brasileiro não tem muita confiança em si, eu diria, tenham confiança porque o processo de confiança, de criação básica, de que cada empregado nosso, era melhor que empregado da BOING, era difícil enfiar isso nas cabeças das pessoas, hoje se vocês encontrar um colaborador da EMBRAER em qualquer lugar, vai ver o sujeito orgulhoso, um sujeito que sabe o quanto ele vale. E isso não é presunção,..., é algo que é muito bom para que possa crescer. E a cultura de sucesso.
 Nós vemos a nossa mídia só crítica,  um jornal brasileiro que se enrolar, pode até pingar sangue, ou coisa dessa natureza, mas não entre nisso, quer dizer, vamos fazer uma cultura de sucesso, se um amigo nosso consegue alguma coisa que funciona, palmas para ele. A contaminação do sucesso cria uma aura positiva, que pode criar diferenças bastante grande, e cada um de nós pode ser um empreendedor como um centro gerador  de riquezas. Isso é possível, e nós podemos,...., nós temos que ser determinado, lutarmos, mantendo a coragem para inovar e prosperar, eu diria que o Brasil tem esperado demais. Num futuro próximo, eu acho que nós poderíamos mudar esse país, por essa mudança de atitude.
“Aqueles que não pararam, avançaram tanto que jamais poderão ser alcançados”
Frase de uma loja em Bauru, que acompanha Ozires Silva, desde quando era jovem



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