segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013


McKinsey: O centro de gravidade do mundo econômico muda


Prezados geonautas,

A McKinsey consultoria, vem insistindo nesta questão desde 2009 (no mínimo), esse estudo é de Setembro de 2012), o "cara", como o Obama chamou-o, intuiu, presentiu, prospectou esse cenário desde 2003 (no mínimo). Tradução livre:
A rápida urbanização está a impulsionar o crescimento nos mercados emergentes e mudando o equilíbrio econômico do mundo em direção ao leste e ao sul. Em 2025, ele irá criar uma "classe de consumo", com mais de quatro bilhões de pessoas, a partir de um bilhão em 1990. Quase metade viverá em cidades do mundo emergente, que são definidos para injetar quase 25 trilhões de dólares na economia global. No entanto, os principais líderes de negócios vão ignorá-los. Para saber mais sobre 440 grandes lugares e obscuros áreas urbanas que serão responsáveis ​​por cerca de 50 por cento do esperado crescimento do PIB global entre 2010 e 2025, leia "Libertar o potencial de mercados emergentes das cidades" (Setembro de 2012). Em seguida, navegue através de um mapa interativo para encontra cidades com detalhes específicos sobre estes novos pontos do mercado econômicos.






The world’s economic center of gravity shifts

Rapid urbanization is propelling growth across emerging markets and shifting the world’s economic balance toward the east and south. By 2025, it will create a “consumer class” with more than four billion people, up from a billion in 1990. Nearly half will live in the emerging world’s cities, which are set to inject almost $25 trillion into the global economy. Yet business leaders mostly ignore them. To learn about 440 largely obscure urban areas that will account for close to 50 percent of expected global GDP growth between 2010 and 2025, read “Unlocking the potential of emerging-market cities” (September 2012). Then browse through an interactive map to find city-specific highlights about these new economic hot spots.

domingo, 24 de fevereiro de 2013


A criatividade humana-brasileira e a ciência do homo sapiens



Caros geonautas,
O poeta Manoel de Barros, tem uma frase em que ele diz, "ver de ouvir, ver só de ouvir". Para deixar um pouco mais saborosa a compreenção, ouça essa canção do Dorival Caymmi, "Coqueiro de Itapoã", você verá (só de ouvir a música), a pintura maravilhosa que ele faz, com uma letra mínima, juntando o coqueiro, a areia, a morena e a saudade, uma delícia. 

A ciência tenta chegar próximo, mas fica longe, muito longe, e coloca nomes e nomes, chama isso de cenários prospectivos do futuro, etc , etc.... Era o que os sacerdotes do Egito já faziam há milênios, é o que o Lula as vezes faz, com maestria, e o estamento fica com azia, com muita azia. Um mais um só é dois na conta de matemática, na escola da vida, um mais um pode ser um monte de coisas, depende do potencial de cada um.
Anexo entrevista em inglês de 2004, de Michel Godot, como ele diz na contra mão da academia, “Uma Indisciplina Intelectual”, (...) “Confúcio tinha entendi direito há muito tempo: Ensinar as pessoas a pescar em vez de dar-lhes peixe [...]  Apesar dos pesares, aprender a maximizar o seu pontos fortes e minimizar seus pontos fracos é mais eficaz do que tentar mudar o mundo.”
http://www.youtube.com/watch?v=7Ux_XDZoXG8
Coqueiro de Itapoã (Dorival Caymmi, 1959)

Coqueiro de Itapoã, coqueiro
Areia de Itapoã, areia
Morena de Itapoã, morena
Saudade de Itapoã me deixa
Oh vento que faz cantiga nas folhas
No alto dos coqueirais
Oh vento que ondula as águas
Eu nunca tive saudade igual
Me traga boas notícias daquela terra toda manhã
E joga uma flor no colo de uma morena de Itapoã
Coqueiro de Itapoã, coqueiro
Areia de Itapoã, areia
Morena de Itapoã, morena
Saudade de Itapoã me deixa
Me deixa, me deixa...

sábado, 23 de fevereiro de 2013


Robinson Crusoe e o Segredo da Acumulação Primitiva 



(segundo Stephen Hymer)

A questão geopolítica: Quem tem o poder e a reação neoliberal

Prezados geonautas, 

Nada se entende fora da história”, nos lembra Alfredo Bosi. A situação geopolítica em nossos dias, guardadas as devidas proporções, lembra a reação do sistema econômico global (estrangulamento econômico, político, seguido de golpe sangrento), liderada pelos EUA (Nixon) ao projeto do socialismo democrático do Chile, de Salvador Allende.
A aliança ocidental hoje, entre EUA e Europa, não é somente anti-China, mas anti todas as forças contrária a hegemonia geopolítica dos últimos dois séculos, do modelo eurocêntrico anglo-saxão, de mundo euro-americano. É onde entramos.
Em agosto de 2012, no auge das greves dos “organizados’, dos que tem sindicatos, o funcionalismo público, professores das universidades, polícia federal,..., de quem ganhava no período,  entre 8 mil reais a 14 mil reais, e não da massa de sub-proletário e sem organização,  criei um post para alertar sobre essa questão comparando com o Chile de allende: Brasil em greve: retrato do Chile de Allende?, juntamente com uma imagem poderosa, uma montagem de foto, que remonta o início dos anos 70 de Allende no Chile, aos final dos anos 70 no Brasil das greves do ABC, com Lula:
Portanto, as matérias do VALOR e da ÉPOCA (da mídia em geral), contam a versão de quem tem o poder econômico e a hegemonia da geopolítica e não o outro lado da história, como a fala da Presidente Dilma Rousseff na África (como o Lula e FHC em outras oportunidades), reinvindicando reforma da ONU. Como diz uma frase nos meios de negócios, "não existe almoço grátis". É bom lembrar que não existe democracia no mundo da geopolítica global, existe correlação de forças, quem pode mais chora menos, essa é a realidade dos fatos.
Lembro de uma frase na camiseta dos bichos que criamos no início dos anos 80, quando estudante de engenharia no D.A. dos estudantes: "liberdade não se mendiga, se conquista". Essa retórica de falar "ad nauseam" sobre reformas, pedindo reformas, tal qual a tática do Ministro da Fazenda nos últimos anos, reclamando aos banqueiros dos países ricos, e a nossa taxa de câmbio no período, em relaçãoao dólar era R$1,60, uma elite mediocre. Essa é nossa realidade, nossa elite intelectual, adolescente, e marginal.
A pergunta a inteligentsia (zero à esquerda) ao lulismo do PT: E agora José? 
A inteligentsia do lulismo-PT: zero à esquerda

(...) "Não evito a seguinte consideração. Uma peculiar discrepância instala-se, na minha visão, entre partido e governo." (Mino Carta)

Caros geonautas,

Comentários ao Editorial de Mino Carta: Partido e governo (22-02-13)

Breve comentário sobre o artigo do baluarte do velho jornalismo (abaixo), o amigo de Raymundo Faoro e Claudio Abramo, Mino Carta começa a demonstrar que está vendo algo a mais, ou esta dizendo isso somente agora, ele se alinha com a visões de quem esta na fronteira do pensamento político. Nesse ponto Raymundo Faoro está para nossa história política assim como Celso Furtado esta para a história da economia política.
Como as colunas econômicas do Luis Nassif das últimas semanas, que também vem sinalizando que há algo de estranho, existe algo no ar além dos aviões de carreira, o céu pode não ser um céu de brigdeiro amanhã. Nosso regime não é parlamentarismo (ainda bem), e portanto, não temos eleições hoje, Isso não quer dizer que o fim do lulismo será em 2014, mas que o jogo está ficando diferente, isso está, me vem a mente "As armadilhas do PT", da qual alertou Faoro, desde 1988.

A inteligentsia do lulismo é zero à esquerda. Essa foi a pergunta-provocação, que fiz a Paulo Arantes, em 2011: Somos esquerda ou zero à esquerda? Ele virou um dragão chinês. Na verdade a esquerda e o lulismo do PT, caminhando do centro esquerda para o centro, não tem inteligentsia alguma, além do aparatique partidário, as palavras do assessor Luiz Dulce são muito reveladoras. 

Como bem definiu Wanderley Guilherme dos Santos, em março de 2011, o que temos é "Outra Era Vargas" (Temos um projeto político”: Será 'bravata' do lulismo?).
Eu jogo nesse time, procuro jogar meu jogo solitário, sentando a mesa com os "Intérpretes do Brasil", inclusive tirei uma casquinha no Ricardo Kotscho dias atrás, e como sinalizei desde 15-01-2013. A cruz começa a ficar pesada para carregar, até onde isso vai?
Quem viver verá!

Carta Capital, editorial
Mino Carta: Partido e o governo (22-02-13)
A ideia do PT já se fixava na cabeça de Lula quando o entrevistei pela primeira vez no começo de 1978. Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo e Diadema, representava a vanguarda de um movimento operário em plena mudança. A reforma partidária engendrada pelo Merlin do Planalto, Golbery do Couto e Silva, na segunda metade de 1979, facilitou-lhe a tarefa.
Discrepância. Os governantes foram fiéis aos planos iniciais. O partido nem tanto
Discrepância. Os governantes foram fiéis aos planos iniciais. O partido nem tanto. Foto: B. Salgado/ Estadão Conteúdo
Singular personagem, Golbery. Única, a seu modo. Fiel do maniqueísmo da Guerra Fria, inventou a ideologia destinada a sustentar o golpe de 1964, estranhamente impregnada por um pretenso, e de fato impossível, propósito democrático. Foi retirado da cena com o fim do curto mandato bienal de Castelo Branco, e só voltou ao governo no período de Ernesto Geisel. Partiu para a demolição do regime que contribuíra a criar, “lenta, gradual, porém segura”, sem que o próprio Geisel tivesse clara noção a respeito.
Enredo singular como a personagem. Mantido na chefia da Casa Civil por Figueiredo, Golbery deu prosseguimento ao seu plano, primeiro com uma anistia ardilosa que não foi “ampla, geral e irrestrita”, depois com a reforma partidária, cujo objetivo era estilhaçar a oposição reunida no MDB do doutor Ulysses, subitamente capacitado a se aproveitar daquelas pretensões democráticas e, a despeito de pressões, ameaças e riscos, a desempenhar um digno e importante papel.
De todo modo, a entrevista de Lula publicada na edição da primeira semana de fevereiro de 1978, deixou Golbery impressionado e muito interessado nos movimentos do astro nascente. Quando Lula ficou preso durante a greve do ABC de 1980, nas dependências do Dops, o mago planaltino enviou a São Paulo dois cavalheiros engravatados com a incumbência de entrevistar o preso no tom de uma conversa de amigos, peripatética, mas sutilmente inquisitiva. Apresentavam-se como subordinados do “cacique”, não melhor especificado, e queriam saber das ideias e tendências políticas do líder metalúrgico.
Golbery sairia do governo em agosto de 1981, em consequência das bombas do Riocentro e da tentativa de Figueiredo e de Octavio Medeiros de emperrar, se possível de vez, o processo de abertura. Da reforma eleitoral resultaram o PMDB de Ulysses, o PP de Tancredo Neves, o PDT de Brizola, a quem a legenda tradicional, PTB, fora sumariamente furtada para ser entregue a Ivete Vargas. E o PT de Lula, que dia 20 deste fevereiro celebrou dez anos de governo.
Longa caminhada, de êxito total. A busca do poder é o alvo de qualquer partido e se eleições fossem convocadas hoje, é mais do que certo que o PT continuaria folgadamente onde se encontra. Como dizia Raymundo Faoro, “eles querem um país de 20 milhões de habitantes e uma democracia sem povo”. Referia-se aos senhores da casa-grande. O governo Lula e agora o de Dilma Rousseff empenharam-se e se empenham para que os milhões se multipliquem às dezenas. E, quanto ao eleitorado, colhem os frutos de sua ação.
É do conhecimento até do mundo mineral que o Brasil progrediu nos últimos dez anos como jamais se dera na sua história, e fique claro que na sua desfaçatez, na sua parvoíce, na sua hipocrisia, a mídia nativa situa-se, queira ou não, em estágio anterior ao mundo mineral. Quem sabe, o magma primevo.
Não evito a seguinte consideração. Uma peculiar discrepância instala-se, na minha visão, entre partido e governo. O PT nasceu à sombra de um ideário político de franco esquerdismo, afinado com os tempos, no Brasil e no mundo. Sobretudo no Brasil, entregue à ditadura. Ao amadurecer, o partido soube adaptar-se às mudanças globais. Hoje pergunto aos meus meditativos botões se os avanços dos últimos dez anos se devem ao PT ou aos governos Lula e Dilma.
Governos do PT? Meus botões não são de cautelas, afirmam: mérito dos governantes, além do mais forçados a alianças nem sempre aprazíveis, a bem da governabilidade. Lula, divisor de águas. Dilma, firme continuadora. À época do surgimento do PT, imaginei um grande, versátil, inteligente partido de esquerda, capaz de produzir mudanças profundas sem maiores conflitos, como se deu em outros cantos do mundo, onde anéis saem dos dedos graúdos somente sob pressão.
O PT não foi essa agremiação ideal, e muitas vezes portou-se como as demais. E muitas vezes ofereceu munição de graça à feroz obsessão da casa-grande. E muitas vezes exibiu inúteis divergências intestinas, a lhe exibirem a fragilidade, quando não a má-fé. E muitas vezes levou a cargos de governos quem não merecia. É a voz dos meus botões.
Nosso Norte é o sul - O legado de Joaquín Torres Garcia

Autor 
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Publicado por peabiru em qua, 01/18/2012 - 15:38
Várias são as palavras que descrevem suas diferentes obras. As cores vivas mais bonitas que conhecemos, vermelho, azul, amarelo, branco e preto. Círculos, quadrados, triângulos e peixes, todos eles delineados nas bordas com a cor preta. A Magnífica América do Sul invertida, simples assim e extraordinárias são a suas obras, assim é o universalismo contrativo que Joaquín Torres García nos permite observar.

torres
Torres García - Pintura Constructiva - 1929 - Museo Nacional de Artes Visuales del Uruguay

Considerado o pintor Uruguaio mais importante do século XX, ele pertenceu à corrente construtivista e ao longo de sua vida teve a possibilidade de expor suas obras nos palcos mais importantes do mundo. A maior parte delas se encontra no museu que leva seu nome, localizado na rua de pedestres mais importante de Montevidéu, a Peatonal Sarandí.
Hoje o citamos porque sua obra é para nós de grande inspiração. O significado que Torres García confere ao seu desenho América Invertida, a visão que há mais de 70 anos ele tinha da América Latina nos servem como motor.

joaquin_torres.jpg
Joaquín Torres-García, Mapa invertido, 1943.
"Tenho dito Escola do Sul porque, na realidade, nosso norte é o Sul. Não deve haver norte, para nós, senão por oposição ao nosso Sul. Por isso agora colocamos o mapa ao contrário, e então já temos uma justa ideia de nossa posição, e não como querem no resto do mundo. A ponta da América, desde já, prolongando-se, aponta insistentemente para o Sul, nosso norte.”

Joaquín Torres García. Universalismo Construtivo, Buenos Aires: Poseidón, 1941.



A 'bravata' do lulismo: "Temos um projeto poítico"
Autor: Oswaldo Conti-Bosso

Caros geonautas,
Do governo Lula ao Governo Dilma, dez anos se passaram, o projeto do lulismo e o termo incorporado no discurso recente,: “Temos um projeto político”.
Principalmente no ano de 2012, ouviu-se, nos debates e apresentações, uma frase quase em forma de coro, de forma uníssono,  entre os membros do governo e na academia, “Temos um projeto político”, Mesmo para meus parcos conhecimentos, ficou evidente que, era uma forma ensaiada, uma nova forma de se comunicar, uma espécie de nova linguagem e estratégia do QG do lulismo, nas palavras, repetidas ad eternum,  “Temos um projeto político”, foram palavras, por exemplo, de Andre Singer e Fernando Haddad nas respectivas entrevistas para o jornalista Luis Nassif, vamos tentar entender e desvendar essa caixa preta.
É preciso deixar claro que, a eleição do operário e metalúrgico Lula foi uma mudança de paradigma histórica no Brasil e quiçá na história da democracia do mundo, e também a eleição da Dilma Rousseff, mas até onde o lulismo irá só o tempo dirá. Mas qual é a inteligentsia do lulismo, além da sabiência do Lula?
Do discurso de Lula no Congresso Nacional (integra aqui), destaco algumas falas, mas convido a todos a ler a integra do discurso. O carro chefe do discurso foi o lançamento do programa “Fome Zero” e a esperança de forjar um pacto social:
"Mudança"; esta é a palavra chave, esta foi a grande mensagem da sociedade brasileira nas eleições de outubro. [...] antes de qualquer outra coisa, convocar o meu povo, justamente para um grande mutirão cívico, para um mutirão nacional contra a fome. [...] Por isso, defini entre as prioridade de meu governo um programa de segurança alimentar que leva o nome de "Fome Zero". Como disse em meu primeiro pronunciamento após a eleição, se, ao final do meu mandato, todos os brasileiros tiverem a possibilidade de tomar café da manhã, almoçar e jantar, terei cumprido a missão da minha vida. [...] Por tudo isso, acredito no pacto social. 
É sabido que o programa “Fome zero” não vingou, foi substituído pelo “Bolsa Família”, que não era na origem, um programa base do PT, mas aqui entra a grande sacada, a sensibilidade e a visão política do Lula, que soube ouvir e teve coragem de bancar o programa.
Esse é na minha modesta opinião o ponto mais importante do governo Lula, disse em 2011 que, se o Lula, ao ser eleito presidente, ao invés de usar sua intuição, passasse a responsabilidade para os intelectuais do PT, para os intelectuais das universidades, ele muito provavelmente, politicamente falando, seria hoje mais um “morto-vivo”, como FHC.
Pegando carona no artigo, “Lula e a falência da ‘Doutrina Garcia”, O Globo, 31 de Jan. de 2013, embora seja favorável a integração da América do Sul, ao contrário de Demétrio Magnoli, mas ele relata as bravatas do assessor Luiz Dulce:
Lula sabe mais que os “intelectuais progressistas” reunidos em seu instituto para, nas palavras do assessor Luiz Dulci, “definir um plano de trabalho para o desenvolvimento e integração” da América Latina.”
Ou seja, o que ele relata, coincide com o que falei sobre a intuição do Lula no início do governo, em 2003, mas uma década depois, a intelectualidade brasileira do PT no governo, esta aparentemente, na espera do milagre, do mito. Isso mostra, na verdade, a falta de capacidade e de preparo da intelectual brasileira e do PT, mais uma sinalização do nível de nossa maturidade, elite e intelectuais de adolescentes, da “a elite marginal” estamental, da qual falou Raymundo Faoro, a elite do  pensamente do PT, absolutamente lamentável.
O segundo ponto mais importante do Governo Lula, de dimensão tanto quanto ou até mesmo maior inclusive, foi a implantação das políticas culturais, os pontos de cultura e as culturas digitais do Ministro da Cultura, Gilberto Gil, que é reconhecido mundialmente pelo fato, inclusive até pelos intelectuais dos EUA. Novamente a intelectualidade do PT e da academia não tem contribuição nesse segundo ponto mais importante, na minha modesta opinião.
Primeiro temos a intuição do operário nortestino, em segundo, a instuição musical da brasilidade-africana-nordestina.
O discurso do Lula deixa claro também que não se tinha um projeto político:
 [...] O Brasil pode e deve ter um projeto de desenvolvimento que seja ao mesmo tempo nacional e universalista, significa, simplesmente, adquirir confiança em nós mesmos, na capacidade de fixar objetivos de curto, médio e longo prazos e de buscar realizá-los.
Assim como as palavras finais do discurso:
[...] O que nós estamos vivendo hoje neste momento, meus companheiros e minhas companheiras, meus irmãos e minhas irmãs de todo o Brasil, pode ser resumido em poucas palavras: hoje é o dia do reencontro do Brasil consigo mesmo.
Essa encontro marcado, é uma realidade que ainda não aconteceu em nossa sociedade, que é um sonho antigo, o nó górdio secular de nossa sociedade, os privilégios e status quo do andar de cima com os sem privilégios, sem status quo, e sem direitos de cidadania do andar de baixo, que está em toda nossa história da literatura regional, desde Euclydes da Cunha, “Os Sertões”, Lima Barreto, Jorge Amado, Graciliano Ramos, José Lins do Rego, Raquel de Queiroz, Mário de Andrade,  ..., ao livro de Fernando Sabino, que sintetiza no título essa busca, esse desejo dos personagens das história anteriores de mais de meio século: “O Encontro Marcado” (1956), que é bom repetir, ainda não aconteceu em nossa sociedade. O enigma da charada, de forma macunaímica, é como se a foto do Brasil estivesse amarrada na boca do sapo, enterrada e cristalizada como um fóssil, desde a colônia.
Na entrevista com André Singer, o Luis Nassif, pergunto-lhe sobre o projeto político, dizendo, “A impressão que se tinha, era um governo sem projeto”, a resposta do André, de forma cautelosa, foi que se tinha um projeto político sim, assim também afirmou o Prefeito Haddad, inclusive sem ser questionado diretamente. Mas fico aqui perguntando, com meus botões, mas qual projeto petista será essa?
O projeto que o lulismo cantado em verso e prosa desde 2012, em uníssono, na verdade é o projeto derivado da Tese defendida em 1999, por Darc Antonio da Luz Costa, Professor da Escola Superior de Guerra (ESG), “UM DISCURSO DE ESTRATÉGIA NACIONAL” (anexo), e livro de 2009, “FUNDAMENTOS PARA O ESTUDO DA ESTRATÉGIA NACIONAL”, Ed. Paz e Terra, 568 páginas. Um projeto de essência conservador. Mas é notável perceber que temos um projeto, mas não é fruto do lulismo ou da esquerda cartesiana e medíocre, mas da direita conservadora.
Conheci o professor Darc Costa em 2010, no debate sobre o pré-sal, IEA-USP, na qual foi onde ouvi pela primeira vez, ele afirmou categoricamente sem entrar em detalhes, mesmo sendo questionado: “nós temos um projeto político”.
No vídeo de 2011, Blog do Milênio, Globo News, Darc Costa, detalha alguns pontos na entrevista, a certa altura, ele diz:
(...) “depois de 500 anos, nós somos o ocidente profundo das conquistas ibéricas desde os anos 1500, e legítimos descendentes dos Romanos”.
Interessante observar que, ele não considera a nossa cultura da descendência africana e nem a nossa cultura da descendência dos povos indígenas, de sabedoria milenares, que apesar dos pesares, ainda estão de algum modo por aqui, bem diferente dos povos antigos da Europa, que foram dizimados por eles, assim como dizimaram também as florestas. Pergunte a tantos brasileiros e latinos que moraram na Europa, para saber se eles, os europeus nos consideram como ocidentais, “no way body”.
 E o que pensa o índio brasileiro sobre a cultura ocidental?
(...) “Ailton Krenak me contou uma história fantástica do dia em que ele e Davi Kopenawa Yanomami foram até Atenas receber um prêmio da Fundação Onassis pela preservação do meio ambiente. Recepcionados com limusine na porta do avião, banquetes, aquela loucura toda, eles receberam o prêmio e, enfim, foram levados para uma visita à Acrópole junto com o embaixador brasileiro. Quando a visita acabou, o embaixador perguntou para Davi: "Então Davi, o que você acha?" E ele respondeu: "Ah! Agora eu entendi, a casa do avô do garimpeiro é aqui". "Onde estão as florestas de vocês?", ele perguntou. "Aqui nunca teve floresta?" E responderam: "sim, há muito tempo, mas depois...". Eu achei fantástico, porque ele trazia, agora, o antes! É o pré-socrático chegando! Ele diz: "Entendi, vocês são construtores de ruínas!" Numa outra chave, pode-se dizer: "que cretino, não soube ver a beleza da Acrópole". Mas a relação que ele fazia era entre a ruína da Acrópole e a floresta. Num tipo de pensamento destes, o que interessa é a origem, é o "antes", então ele vai pra trás. Acho isso muito interessante como situação.”DEMASIADAMENTE PÓS-HUMANO - Entrevista com Laymert Garcia dos Santos- 2005 
Os dois primeiros anos do Governo Dilma, foram muito mais importantes com a quebra de braço dos juros, e a luta para reverter a desindustrilização do país desde os anos 90, na qual nem FHC e nem Lula mexeram uma palha, pois assim como FHC sentou em cima do “Plano Real” e a reeleiçãocomprada, Lula sentou em cima do “Bolsa Família” e da crise do mensalão, no segundo mandato, o início do PAC, mas novamente, também não mexeu uma virgula nos juros do sistema financeiro. É o governo Dilma que está procurando "O grande salto" (Economist, Reportagem Especial sobre emergentes - Carta Capital outubro de 2011).
Como diz reportagem especial de Carta Capital de 25 Jan. de 2013, “Os novos caminhos do Brasil”, O presidente do Conselho da Infraestrutura da CNI, José de Freitas Mascarenhas, alerta sobre os nossos graves problemas, não só de falta de investimentos, mas de queda no investimento percentualmente este ano. 
Portanto, fica demonstrado, que o propalado “ad eternum” do lulismo do ano de 2012, “Temos um projeto político”,  é na verdade uma projeto não do lulismo, mas das forças conservadoras que o lulismo, na ‘bravata’, quer nos fazer crer, que são deles, querem ser autores e atores ao mesmo tempo. A inteligentsia do lulismo é zero à esquerda. Essa foi a pergunta-provocação, que fiz a Paulo Arantes, em 2011: Somos esquerda ou zero à esquerda? Ele virou um dragão chinês. Na verdade a esquerda e o lulismo do PT, caminhando do centro esquerda para o centro, não tem inteligentsia alguma, além do aparatique partidário, as palavras do assessor Luiz Dulce são muito reveladoras.
Nós temos ilhas de excelência nas unversidades, mas no geral, é uma ilha da fantasia, a distância entre a realidade da sociedade adolescente que somos e a realidade das universidades, é cavalar.
Eu também sonhei além da realidade desde 2009, ao dizer, "Brasil, dobrar a aposta de JK: Desenvolver um século numa geração", ou "Brasil, a sociedade afluente dos trópicos?"
É claro que a perpectiva da econmia nos próximas décadas é vento em popa com o pré-sal, mas mundaças na sociedade patrimonialista e estamental, de privilégios e status quo, só vejo possibilidades com as novas gerações, em minhas análises e raio de visão, será algo para o meio do século e segunda metade do século XXI, fato que certamente não verei.
Como bem definiu Wanderley Guilherme dos Santos, em março de 2011, o que temos é "Outra Era Vargas"  
Globo News-Darc Costa: http://www.youtube.com/watch?v=gd93p4NwxQo
Marcelo Escobar-CPFLCultura: http://www.youtube.com/watch?v=9ues04qcyE8
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Globo News-Darc Costa- e Marcelo Escobar-CPFLCultura